“Medos, inquietações, inseguranças ou outro não nobre sentimento poderão ser alternados em tua vida ao longo do tempo. Demasiada presença pode causar ânsia, angústia. Demasiada distância pode causar inquietação ou esquecimento. Demasiada fala pode saturar o desejo de escutar. Demasiado silêncio pode te tornar aberto até para que o indevido venhas a ouvir. Tudo precisa estar harmonizado com o momento em que estejas vivendo, a fim de que não te violentes. É preciso que vivas o que para ti faça sentido e que não cause desequilíbrio no melhor que, até então, tenhas tu conseguido. Por vezes, é preciso de algum ponto vir a se desinstalar, se nisso houver uma rigidez que impeça o novo de acontecer e se manter. Observa a natureza, por exemplo, e vê que ela tem estações: a uma, sucede-se outra; e nenhuma delas busca demasiadamente prolongar-se, o que caracterizaria um desequilíbrio. Da mesma forma, se elegeres determinado momento de tua vida e prolongares as suas consequências por mais do que o tempo devido, tuviverás petrificado.Diante disso, seria necessário um acontecimento que te sacudisse, a fim de que, pelas brechas, frestas ou hiatos,sementes novas do Reino da Alegria ali pudessem ser colocadas e germinadas. Que fujas da monotonia dos teus dias. Que te alimentes do quetraz e não do que açoitaa esperança. Que tu alimentes os sonhos que serão possibilidades efetivadas nas condições de realidade que te são dadas. Que tu não massifiques nem monotonizes os teus dias. Vou dizer outra vez, mais uma vez: o teu presente é o melhor presente; é o presente, o real com que tu podes contar. Os medos, as incertezas, as inseguranças, eles têm sua pertinência, mas, se não souberes localizá-los e administrá-los, isso poderá te paralisar e levar-te a pensar nesses elementos com um valor que eles não têm por si. Qualquer que seja a situação pela qual estejas passando, lembra: vale o encanto de viver e a motivação que te faz querer continuar.” (Pe. Airton Freire)