“Se toda percepção é fundamentada a partir de um paradigma que permite ao sujeito enxergar em determinada direção, deduz-se que tu não observas nem olhas a partir do nada. Existe um modelo a partir do qual tu avalias determinada situação, e, mesmo que disso não saibas ou não queiras saber, o paradigma está presente naquilo que tu percebes. Tu precisas saber que o que causa encontro e desencontro, encanto e desencanto, que nos dá alegria ou nos faz sofrer depende da interação entre duas vontades que possam se entrecruzar. Em se tratando de interação, alheiar-se não é a melhor posição, mesmo a pretexto de “manter distância para salvar a objetividade”. Esse é o modelo cartesiano, amplamente divulgado e, de algumas décadas para cá, altamente questionado. O que existe é a interação dos elementos envolvidos em determinada situação. Quanto a ti, é preciso que tenhas claro aonde tu queres ir e que os teus objetivos, aqueles da largada, permaneçam, também, no momento da chegada. Para isso, presta atenção acerca das tuas concessões, porque elas podem levar tanto a devidos sins quanto a indevidos senões. E isso é o núcleo da questão.” (Pe. Airton Freire)