“É pelo Filho que nos tornamos filhos, graça que se recebe como dom do Pai. E todo aquele que vive a simplicidade da relação filial traz consigo a mesma confiança que havia no Filho. Aliás, ninguém chega ao Filho “se o Pai não o atrair” (cf. Jo 6, 44). A simplicidade, portanto, resulta da confiança que surge da filiação. Na mesma confiança que tinha o Filho no Pai e que, por isso, sabia que o Pai consigo sempre estava, tenhas tu a coragem de viver e dizer ao mundo em que acreditas, para que a água seja água, e o vinho seja vinho; para que a carne seja carne, e o peixe seja peixe; e, por todos, sejam assim conhecidos e distinguidos. Considera que Ele anunciou o Reino e, com seu estilo de vida, sua maneira de ser, denunciou o pecado do mundo e inaugurou um novo tempo para todos. Sabendo estarem os seus cercados de perigos, disse-lhes da necessidade de serem “simples como as pombas e prudentes como as serpentes” (cf. Mt 10, 16). Atento e sóbrio, sejas tu igualmente. Vives um tempo único, assim como único e irrepetível é cada ser humano. Quem confia no Pai sabe que Ele, o Pai, só sabe amar e que, sendo Ele amor (cf. 1Jo 4,8), não se desdiz (cf. 2Tm 2,13). Ele será, em razão disso, sempre fiel, portanto, não tenhas medo (cf. Mt 14, 27). Aquele que é simples vive para honrar o santo nome do Senhor acima de todas as coisas e, na simplicidade de vida, levar esse Santo Nome ao conhecimento de outros, para que “venha o seu Reino e sua vontade se faça” (cf. Mt 6, 10).” (Pe. Airton Freire)