“A fim de que tua alma não se sinta da presença e dos conselhos da esperança afastada, convém que tu reserves um tempo em que com sua intimidade decidas dar prioridade e escutar o que de mais íntimo entre ti e ela possa vir a acontecer. Se tua alma, na pressa de ser socorrida, no desejo de ser ouvida, não der espaço ao que necessita para bem se manter, em breve haverás de perceber que ela, por natureza desprendida, buscará outro lugar onde possa se instalar. Então, ela procurará, longe de ti, um espaço que alguém possa lhe oferecer, a fim de que, lá, ela seja ouvida e também por ela muito bem possa se fazer. Guarda: que tua alma não se faça jamais da esperança desacompanhada, porque o que de melhor a esperança traz consigo será suscitado em tua alma. Que tu possas com ela brincar, e que ela possa sentir-se em casa quando junto de ti estiver, como gostaria comumente de estar. Alimenta a esperança. É ela quem fustiga a dor, que põe fim a qualquer forma de ansiedade. A esperança promove a lealdade. Vivendo tu no tempo presente, não deixes de estar atento ao que acontece em ti e ao teu derredor, a fim de que aqui e agora possas tu viver e crescer. A esperança posta em Deus não pode em ti morrer. Precisas alimentá-la em qualquer momento, que seja dela teu mais doce e permanente sentimento, e nada faças para desmerecê-la, pois, se, um dia, ela em ti vier a arrefecer, levará consigo tua razão principal de viver.”
Pe. Airton Freire