“O coração é um espaço em que tanto amor e ódio podem ser cultivados; é o lugar onde decisões podem ser tomadas, algumas até são proteladas. O coração é o espaço de ganhos e perdas, de elevação e perdição. O coração é espaço a que sempre se pode fazer à verdade alusão; pode ser o lugar aonde o amor venha ou tenha sido renegado, onde haja ou não lugar para o perdão. O amor, quando no coração fizer morada, poderá expulsar dali o que com ele não puder conviver, coexistir. Cuida da melhor parte que trazes contigo. Cuida que não venhas tu a fazer dos teus próprios atos teus maiores desmentidos, o que não faria sentido. Cuida que não te venha a faltar o que, para tua vida, equivale ao próprio ar. Viver apenas por viver, passar apenas por passar, verem sucederem os dias, como uma sequencia de atos que não são interrompidos, mas destituídos de sentidos, isso poderá vir a acontecer. Se o coração em teu peito for abafado, aos poucos morrerás sem ter vivido, lentamente e com dor. É o amor que te restitui a alegria; é o desamor que te faz abrir o peito qual sangria. É o amor que pode te salvar, curar, livrar do atordoamento e ter que, em certos momentos, ocasiões, dar resposta para aquilo que nem sempre estavas preparado. O amor cicatriza a alma. O amor inflama e, também, acalma. Que não sejas pelo desamor surpreendido. Lembra-te de que o espaço do teu coração é o espaço a ser por ti mais conquistado, o mais cobiçado de toda a riqueza da realidade criada. No teu coração reside o centro de tua decisão.”
Pe. Airton Freire