1 de agosto de 2012
servos da terra

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“Enchei as talhas de água” (Jo 2,7)

Os preenchimentos e os esvaziamentos que, por vezes, na vida, costumamos fazer, são uma necessidade ou algo da ordem do dispensável? Por vezes, é preciso saber o que manter ou de que se desfazer. Nem sempre é fácil decidir. Manter para transmitir ou desfazer-se para merecer a alegria de viver? A um ou a outro não convém estar preso. Há que tudo se fazer para que mente e coração permaneçam coesos. É preciso que haja preenchimento do que estiver vazio, antes que, pelo indevido, o espaço deixado seja ocupado. Os que se esvaziaram de tudo o que peso lhes trazia, mas concessões fizeram, deixaram brechas, e, em não remotos dias, fardos pesados de novo vieram e aridez trouxeram para onde antes fecundidade existia. Há os que relutam ainda em esvaziar suas “prateleiras”, malgrado saibam da necessidade de se fazerem leves ao longo da caminhada. Há pessoas que, ao contrário, em perda de sentido tendo estado, reencontraram-se e, desse reencontro, organizaram seus dias, numa centralidade de que, antes, por inteiro, haviam se descuidado. Aquilo de que mais frequentemente se tem cuidado é, precisamente, de que o coração está cheio.

O valor do que se transmite mede-se por quanto tenha-se doado desde o lançar da semente até a colheita do grão em campos diversos cultivados. Uma questão há de ficar clara: de algumas coisas, é preciso desvencilhar-se para que, com mais liberdade, em tudo, possa-se se mover. Se, contrariamente a isso, o coração ancorado ao que lhe concede liberdade não possa estar, não há como, livremente, optar. Dar passos é também saber onde pisar. Ao que serve, cabe ainda podar; o que desserve, há que se arrancar. Difícil será, depois, preencher o vazio do espaço que ficará. De algumas coisas, tu precisas te preencher; de outras, precisas te esvaziar. O (in)adequado entre a resposta dada e o solicitado pela vida diz por onde a mudança se dará. Conta, para tanto, o sentido que, em tudo, hás de conservar.

Que, por teus atos, não se façam constantes desmentidos, como querer ficar, tendo que partir, ou ter que ir, querendo ficar. De algumas coisas, tu precisas te esvaziar para que, por inteiro, o teu presente não seja açoite da esperança, a que, posta em Deus, não te decepcionará. Do único essencial, Deus, tu precisas te preencher, porque vazio não poderás viver, nem em pé te sustentar ou te conter. Sobre isso, hás que te avaliar.

Pe. Airton Freire

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