“Permitir-se desenraigar-se, desvencilhar-se de antigos hábitos, não será fácil. Construir e não ter que repetir tudo o que, sem pensar, se repetiu até aqui, não será fácil conseguir. Costumes se formam, hábitos se criam também. Não se pode, pois, continuar a dizer sempre amém. Modos mais condizentes com o novo estilo de vida há de surgir. Modelos alheios não se tem que copiar. Soluções surgem de problemas; a todos eles pode-se subsistir. O ideal de vida simples, como é esperado e desejado, de braços cruzados não há de surgir. Preciso é que se dê início. Uma grande caminhada começa com pequenos passos. A vida simples está ao nosso alcance, bem aqui. Como será possível viver desta forma e enfrentar certas exigências da sociedade atualmente? A saída virá do bom senso das pessoas envolvidas, para quem as consequências do atual sistema de vida já foram por demais sentidas. Cada um saberá dizer onde, atualmente, doem seus próprios calos. A dor de sua dor cada qual já sabe o que é ter. A forma atual é que não dá para se manter. Exemplo: o estilo de vida simples se opõe a criar necessidades para poder se manter. Sim, mas sem ter não se vive, hão de dizer. Sim, mas, a finalidade de viver é ter? Em síntese: a vida simples desenvolve uma consciência que faz repensar valores, faz emergir e valorizar outros valores. Torna-se, portanto, critica em relação às normas que, atualmente, dirigem vidas, famílias e sociedades. Torna-se crítica em relação ao princípio de, em tudo, buscar tirar proveito, o máximo da saciedade.” (Pe. Airton)