“Há pessoas que estão de tal forma fascinadas, que vivem com o perigo ao lado, não sabendo que, a qualquer momento, o seu breve equilíbrio poderá ser quebrado. Estão fascinadas e, por isso mesmo, isoladas. Não percebem o que se passa ao derredor senão o objeto pelo qual se sentem fascinadas, e o seu olhar não enxerga nada além do que as fascina. É necessário, em tais momentos, haver uma quebra desse encantamento (fascinação de um momento), que é, afinal de contas, puro rebaixamento. É necessário que algum acontecimento possa fazer tal pessoa se acordar, a fim de perceber que, se assim continuar, em algum ponto, há de se quebrar. Existe um fascínio que nos leva a nos encantar e, por causa dele, mesmo nas crises, podemos ser levados a dificuldades múltiplas ultrapassar. Há fascínios, contudo, que não nos permitem enxergar os dados da realidade e, por mais que estes se nos apresentem, não conseguimos perceber a sua veracidade. Por isso, é preciso discernir entre um fascínio que entorpece e outro que faz ver e querer vencer.” (Pe. Airton)