“Para não se enxergar, pode-se usar fatos. Para se defender de algo, pode-se usar fatos. Basta deslocá-los e apresentá-los, mesmo que descontextualizados, como provas, evidências, sinais, pistas, o que for, desde que o resultado final seja favorável. Há pessoas que agem assim.” (Pe. Airton)
“São Paulo escreveu certa vez: “Tudo me é permitido, mas nem tudo me convém” (I Cor 6,12). Isso quer dizer que não é preciso que algo seja proibido para não me convir. Algo que seja permitido poderá não me convir. Até pela inoportunidade de realizá-la em determinado momento, ela poderá não me convir. Há coisas que são boas por natureza, mas não convém a sua realização naquele momento. Então, não convir que se faça algo não tem, necessariamente, a ver com uma natureza má da coisa. Tem a ver, também, com a ocasião em que ela poderá ou não ser. Exemplo: se alguém estiver dormindo, não convém que se fale alto. Se alguém escuta pouco, convém que se aumente a voz. Então, não tem a ver com a natureza do falar alto, que isso seja mau ou bom, mas com a ocasião e a oportunidade.” (Pe. Airton)
“Judas foi, também, um dos escolhidos. Ele era um dos doze. Ao escolher seus discípulos, Jesus havia rezado a noite inteira e, na manhã seguinte, escolheu aquele que Ele quis. O projeto pessoal de Judas não coincidiu com o de Cristo. Resultado: vendeu o Mestre. Não o escutou. Ele ouviu do Senhor o aviso de que, da forma como as coisas estavam se encaminhando, resultariam em traição. Mesmo assim, ele não se sentiu demovido. Jesus deu, ainda, um novo aviso: “Um de vocês vai me trair”. E a traição, sem arrependimento, equivale a guardar um traço de sofrimento. Manter isso não tem cabimento. Novo aviso de Jesus: “Um de vós há de me trair (…) Melhor seria para ele que não tivesse nascido” (Mt 26,21.24). Judas conviveu com o Senhor: ele conhecia o quanto o Senhor era capaz de perdoar. Fechou-se, não quis. Não há culpa, não há pecado que o Senhor não perdoe. Por acaso Pedro também não negou o Senhor? Mas, Pedro saiu e chorou amargamente; enquanto Judas permaneceu ainda fechado. Traiu e não deu chances para a reconciliação.” (Pe. Airton)