1 de maio de 2016
servos da terra

11“A sabedoria é a coisa principal; adquire, pois, a sabedoria; emprega tudo o que possuis na aquisição de entendimento”. (Prov 4, 7)

Quando, inesperadamente, tu fores percebendo tua vida se esvaziando de determinados conteúdos, em razão de certos acontecimentos, e não vires saída para o que tiveres ainda pela frente; quando determinada situação fizer a tua alma sentir-se isolada, ou pior ainda, exilada; quando os céus se tornarem de chumbo e as tuas preces não parecerem ser escutadas – e, até para entrar em prece, a tua alma se sentir desolada -, considera que a esperança, neste momento, já estará em estado adiantado de ser açoitada. Será preciso, então, parar para saber, exatamente, por quais vias continuar, porque, se quiseres ir em frente, precisarás também dar um tempo a fim de que possas recomeçar, com novo alento, pontuando o que deixaste de cumprir. Contudo, lembra-te de não enfatizar, demasiadamente, qualquer elemento, mesmo em contextos diferentes; isto te levaria a não perceber contornos outros na mesma realidade existentes. É preciso, então, na vida, fazer paradas a fim de que a alma se sinta aquietada e possa avaliar os passos dados, até então, ao longo da estrada. Quem sempre quer ir em frente, sem parar, a muito longe não poderá ir com seu projeto, pois, um dia, em algum ponto, ele será rasurado.

Se tu queres cultivar a esperança, trabalha para aquilo que te dá paz. O que em ti resulta em formas diversas de viver uma não contida ânsia não merece confiança. “Sede alegres na esperança, pacientes na tribulação e assíduos na oração” (Rm 12,12). Mas, se em tua vida, sentires como os que se percebem por si mesmos ou pela própria realidade esquecidos; se, de antigos ideais, afastado estás, e um cansaço, aos poucos, começa a tomar-te, lembra-te de que necessitas de uma parada, a fim de que possas retornar ao veio dos acontecimentos com clara decisão. Da forma como se está nem sempre é possível continuar, e não é sempre dirigindo, pedalando ou caminhando que progressos, na vida, haverás de realizar. É, por vezes, parando e avaliando que tens a ciência de teu potencial e falhas. Assim, há de se saber como prosseguir ou como parar, como reter ou como avançar, até quando ir ou quando mudar. A razão disso logo há de se perceber.

Não faz sentido viver para o que ainda não é, o que nem sabemos se será, pois o que não é fato ainda evidente só faz sentido se mantiver-se conectado com tudo o que garanta a continuidade deste mesmo sentido. Para tanto, nossos atos precisam estar preparados tanto para os acontecimentos com os quais contamos de imediato e o que deles são decorrentes, quanto para os que não obedecem aos antigos e melhores intentos. Também sabemos que tudo o que fazemos desdobra-se em outros elementos que poderão atingir, positiva ou negativamente, os que estão presentes ou aqueles que estão ausentes. E tais atos poderão ter consequências imediatas ou futuras.

É preciso e faz sentido ser bem preciso, mesmo diante do indevido de atos não pensados, mas realizados em tão diferentes momentos. Todavia, viver em função do que não é e nem se sabe se será, esquecendo-se de viver o presente, o maior presente que se tem presente, sentido algum nisso há.

O dado de realidade é o teu presente, o que faz teu “aqui e agora”, isto que tu tens atualmente. É dele que as coisas decorrerão. Não podes viver em função de um depois, queimando etapas, precisamente a que estás vivendo agora. Isso em nada te ajudará e pode até te atrapalhar. Esperar o que ainda não é – e que não se sabe se virá a ser – e não viver intensamente o teu presente, do qual depende o teu futuro, é perda de tempo. Se a isto que agora te digo deres a devida atenção, viverás, em atos consequentes, intensamente, o teu presente, sabendo que tudo o que vives atualmente influenciará não só este presente. Há muito ainda a se fazer, muito ainda a ser construído, e, por algo impensado, não venhas tu a destruir o que potencialmente existe para emergir.

Vive intensamente o teu presente; nunca em função de um depois. Todavia, não deixes de levar em consideração que tudo o que fizeres, no presente, influenciará o futuro, positiva ou negativamente.

Pe. Airton Freire

1 de abril de 2016
servos da terra

11“Meus irmãos, tende grande alegria quando cairdes em várias tentações; sabendo que a prova de vossa fé opera pela paciência. Tenha, porém, a paciência a sua obra perfeita, para que sejais perfeitos e completos, sem faltar em coisa alguma”. (Tg 1, 2-4)

A adequação de uma resposta dada a uma determinada interpelação é perceptível pelos resultados, tanto no que concerne à sustentabilidade quanto à duração do objetivo alcançado. Mesmo ao se passar por uma provação, o que resta há de vir como prova. Isto é o que a aprovação prova: a adequação do resultado dado, na sua pertinência e duração, para uma superação. Isso não precisa de uma “super ação”; tem, antes, a ver com uma resposta adequada, pela qual a superação seja efetivada e não deixe margem para que outros impasses ali venham a acontecer.

Repito: o que torna algo pertinente é o quanto de amor efetivado estiver aí presente. Só o amor confere verdade aos nossos atos. Ele, só ele, torna integrados coração e mente.

Retomando e concluindo o que já dissemos: existem fascínios que nos chegam subitamente e dão um novo ritmo, inauguram um novo tempo, equilibrando coração e mente. É preciso, então, afinal de contas, demarcar a partir de qual fascínio se vive e o que ele tem provocado, entendendo, por causa dele, como se percebe estar orientado. É preciso tomar uma decisão, a mais acertada, em vista de uma madura opção, antes que, tardiamente, sejas tu surpreendido pelo que vem sob a égide de um tempo de fascinação.

Pe. Airton Freire

1 de março de 2016
servos da terra

11“O coração é o que há de mais enganador, e não há remédio. Quem pode entendê-lo?”

(Jr 17, 9)

A nossa vida pode ser orientada a partir de um fascínio. Existe um fascínio que eleva, e existe outro que leva a um declínio. Existe um fascínio que nos faz querer lutar, vencer, superar, e há outro que nos causa um estado de despossessão, avassalamento, assujeitamento, uma forma imaginária de cativação. Existe um fascínio junto ao qual reside um sentido para viver, e, mesmo nas crises ou dificuldades, se é por ele instado a querer vencer. Existe um fascínio que entorpece, embrutece, enfraquece e não deixa ver. A questão está em que tu possas discernir e, depois, optar por qual tipo de fascínio, em tua vida, haverás de te orientar.

Fascínios há, alguns somente, que dependem de tua vontade no que concerne a mantê-los ou escamoteá-los; outros independem do teu querer. Tu podes te perceber, em determinado momento, fascinado por coisas que, intimamente, nem querias e que te pegam de repente, levando-te agir ou a viver à revelia.

Considera, a partir do exposto, se alguém viesse te perguntar: “O que fascina o teu olhar? Que (in)adequação, na vida, percebes estar a acontecer?” Se um crescimento, apesar de certa cota de sofrimento, não estiver acontecendo, impertinente é tudo o que estás vivendo. A inadequação, a partir de um inaugural momento, traz consigo uma matriz de ilusão, com ou sem sofrimento. Quando se quer nisto enganar a si mesmo, há riscos de variadas maneiras. A saída está em optar pela verdade. Considera estes pontos em questão neste primeiro exemplo: o que remete ao coração pode não ter, na mente, repercussão, pois o coração pode dizer sim e a mente dizer não. No segundo exemplo: pode também acontecer, inversamente, que se venha a saber de que ponto se trate, precisamente, mas o coração não participe deste momento. Assim, serás levado a uma divisão que resultará em que fiques aquém ou além do que como meta estabeleceste. Como provação ou como (des)equilíbrio, pela descontinuidade de momentos, poderás compreender tal acontecimento. Todavia, o que se aprova, após a provação, é o que fica da verdade. Isto garante continuidade e torna possível ser efetivado o que resulta em permanente sentido. Reforço: o que dá sentido vem pela superação de limites – estes que, na humana condição, todos experimentamos – se o amor aí estiver presente.

Pe. Airton Freire

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