6 de maio de 2012
servos da terra

“De onde me viria a certeza de que, realizando o teu querer, nisto eu poderia me encontrar, me reencontrar, me ultrapassar além dos meus limites, além daquilo que, de mim próprio, eu nem posso, agora, antever?

Se essa pergunta fosse dirigido a um semelhante teu, a alguém tão faltante quanto tu, tão marcado pela busca, pelo desejo de encontro e superação quanto tu, tu terias, até, motivo para crer ou descrê.

Todavia, quando o Senhor de tua vida diz: crê em mim, acredita-me, tu és meu. Tu não tens motivo para desacreditar, para, nele, não crer. Tu podes acreditar nesse amor. No amor perene, amor sem fim”.

Pe. Airton Freire

(Texto do Livro “Sol Entre Nuvens”)

5 de maio de 2012
servos da terra

Sabedoria

Pe. Airton Freire

(Texto do Livro “Sol Entre Nuvens”)

Por que eu preciso da sabedoria? Dela preciso para poder discernir, em diversas situações, aquilo que me convém e aquilo que é do agrado de Deus. Eu posso saber como devo proceder, mas na hora em que devo fazer, por vezes, eu me encontro sem forças para agir. E aí eu me pergunto? O que significa conhecer, se num momento difícil eu próprio me estranho, eu próprio me percebo fazendo coisas ou lidando de uma certa maneira, com certas coisas ou pessoas, que eu nem sei explicar como nem por quê? Eu preciso da sabedoria. Eu preciso da sabedoria, a que vem do alto, a que procede de Deus, sem a qual eu poderei me perder. E são tantas as ocasiões, e são tantos os momentos, os instantes em que eu sou posto à prova, que eu me percebo, por vezes, instado, chamado, convidado a tomar uma decisão. E nem sempre é fácil decidir, mormente as coisas que implicam mente e coração. Eu preciso da sabedoria para discernir. Eu preciso da sabedoria, primeiramente, para conhecer-me, porque eu me percebo, por vezes, lidando, fazendo, trabalhando, organizando e isso envolve pessoas, e eu próprio, de mim mesmo, pouco sei, senão pelas reações que nas situações mais diversas eu vou me descobrindo ser da forma como sou. Mas, eu preciso conhecer-me. Eu preciso dar-me conta do ponto em que sou mais frágil, qual o ponto em que sou mais vulnerável. Pensa tu aí onde tu estás: em que ponto eu sou mais vulnerável? Em que ponto eu sou, ou estou, mais fragilizado? Por outro lado, responde a ti mesmo: onde me sinto mais fortalecido? E queira Deus que nisto aí não te sintas igualmente envaidecido. Se estiveres forte, cuida para que não te ocorram fraquezas, porque se és forte é pela graça de Deus. Mas Deus pode, através de tuas fraquezas, mostrar onde está a sua força. Deus é Deus. Tu vais pedir, neste primeiro exercício, ao Senhor esta graça: Senhor, que eu possa ver. Permite-me ver para que eu não venha a me perder. Permite-me, entre tantas opções, lidando com tão diferentes pessoas e situações, que eu, pelas minhas próprias palavras e atos, não tenha, depois, de que me arrepender. Pois, isto poderia resultar em que tu fizeste a ti mesmo muito sofrer e àqueles que te acompanham igualmente padecer. Lembra-te: sozinho nunca estás; a ti outras pessoas estão ligadas. Elas te olham, te vêem, olhos postos em ti, e de ti depende certas ações, certas decisões, tomadas de posicionamento, seja por palavras, seja por outros modos pelos quais tu podes te dar à compreensão ou à incompreensão. Cuida do que fizeres; considera que, junto ao que fazes, há outros que contigo estão. Busca do Senhor a sabedoria, a que não fenece, para que não te ocorra que tu te percas em certas ou determinadas ocasiões.

É preciso descobrir, discernir, chegar às motivações do que te faz agir. O que te faz agir assim da forma como tens agido, viver da forma como tens vivido? Eu preciso, para isto, encontrar uma explicação e uma razão, e, se possível, diante de Deus reordenar-me , porque anos a fio viver como tens vivido, atualizando o que, em ti, não tenha sido resolvido, não há como, dessa forma continuar. Não é possível perpetuar uma situação para cuja continuidade não há plausível razão.

Eu preciso da sabedoria do Senhor, mesmo que, para decidir, implique este ato em certa parcela de dor. Mas eu tenho que estancar essa sangria. Eu não posso viver mais a revelia; eu não posso viver administrando o que foge a meu próprio estado de querer, a que não me dá nenhuma garantia. Não posso viver mais a revelia ou passivamente esperando qualquer coisa chegar ou sofrendo por antecipação sobre coisas que eu nem sei nomear, nem sei como explicar. Eu preciso assenhorar-me da situação, porque Deus, ao criar tudo o que criou, fez de mim imagem e semelhança sua, ápice de sua criação, deu-me o seu Filho por irmão e pôs no meu peito o espírito de reconciliação. Viver de certa forma, em alguns aspectos, como eu tenho vivido, eu não poderei mais continuar. Eu tenho que tomar uma decisão. E aquele que me segura, aquele que me fortalece é Cristo Jesus, o meu Senhor, aquele que já deu por mim a maior prova de amor; é nele em quem inteiramente eu posso confiar. Viver assim, sendo governado pelo que me surge e depois não mais me surge; pelo que, em mim, é acordado e depois eu não sei como continuar, não poderei, dessa forma, mais viver, e se assim tem sido, assim não terá que ser e, com a graça de Deus, não será. Não posso viver da forma como até então tem sido, e se por acaso dessa forma assim tem acontecido, com a graça de Deus, espero que não continue e com certeza não continuará. Eu preciso da sabedoria do Senhor. Há nela um espírito inteligente, múltiplo, sutil, móvel, penetrante, imaculado, amigo do bem, agudo, incoercível, benfazejo, firme, lúcido, sereno, todos os pontos em que, em algum deles, eu me sinto faltante. Ao escutar o que é a sabedoria do Senhor eu me percebo que dela, em algum ponto, sou carente.

Aquele que bem não se governa não sabe também como governar; aquele que não tem conhecimento de si, corre graves riscos de seus pontos cegos, não elaborados, não trabalhados, desconhecidos, nos seus relacionamentos vir a atualizar. É preciso descobrir o propósito para o qual o Senhor nos pôs aqui. Fazer coisa não define nenhuma razão para existir. É preciso viver com um sentido mais profundo, um sentido que cale largo e bem fundo, um sentido pelo qual se possa, a Deus, de constante agradecer. É preciso mais que  acordar-se e passar dias esperando que eles se tornem bons ou maus. É  preciso administrar um sentido e não administrar o caos. O Senhor criou cada se humano para ser filho e não para viver bocados bons, bocados maus.

Sabedoria do Senhor, vem me visitar e derrama tua graça sobre mim, como o orvalho sobre a terra, fazendo-a refrescar.

Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo.

4 de maio de 2012
servos da terra

12 (2)

Formadores da Terra

Eu gostaria de te dizer que nem toda informação resulta em formação. Que o que informa também deforma. Que nem tudo o que se formata corresponde ao que faz viver; por vezes mata. O cumprimento tão somente estrito da norma não faz viver, não reeduca, não faz assumir o carisma,não expressa valores autênticos do ser. O cumprimento tão somente da norma pode formatar, informar; mas, de constante, deforma, não reforma, adapta, não traz vida por uma forma nova de se viver. Informar e formatar podem resultar em adaptar-se a um querer, que se autorize balizador de comportamento, mas não um compromisso que se revela a partir de dentro, como estamos tão carentes, tão necessitados de ter e viver.

Para se formar é preciso se ordenar a partir de dentro. Para se formar é preciso ter algo a ouvir e ter algo a partilhar. Algo a dizer e algo a se fazer por merecer uma continuidade na ordem tanto do fazer como na ordem do transmitir, para que possa, nessa condição, permanecer.

Nem toda informação conduz à formação, mas toda formação informa, até pela maneira de se viver. Eu formo pelo meu jeito de ser. Tu te transformas à medida que o teu ser se acorda, estabelece acordo que faz merecer sem prejuízos, sem rasurar, sem bloquear, mas, lapida o que de melhor trazes em teu ser.

Ser formado significa dar forma ao encanto primeiro e oferecê-lo a muitos, colocando-se se possível, na condição de derradeiro; pois, vale o amor primeiro em todos os tempos e momentos conjugados, alinhados em um sentimento de tornar possível um projeto querido e longamente sonhado.

O que formata precisa formar; pois se tão somente der forma, essa forma poderá matar. Mas, o que constitui o encanto, motivo maior que nos faz buscar outra vez encontrar, resulta num bem  preciso de fazer  crescer o que já está vivo e dá frutos que possam perpetuar.

Quando acontece o encanto a partir de um encontro, outros encontros haverão a partir dali acontecer; e se forem ordenados, por esses momentos fundantes uma transmissão ali estará sendo inaugurada.

Trabalha para seres formado a partir de dentro,  intrinsicamente; pois extrinsicamente, o fruto haverá de se mostrar e, no  tempo propício, maduro vindo a estar, o resultado terá valido a pena, malgrado toda podagem, toda aragem, estiagem, esperas pelas quais tiveres que passar.

Pe. Airton Freire

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