“Que minha alma não esmoreça, que o Senhor me livre do espaço da ilusão, que o Senhor cure de mim qualquer ferida se alguma vez em minha alma ela já tiver sido aberta. A ilusão é a imagem que esconde o essencial da realidade a ser vivida. Que o Senhor me livre da mentira e dos fantasmas que se criam em momentos de euforia ou instantes de ira. Que o Senhor me dê a chance que eu possa perdoar a mim mesmo, pois não perdoando a mim e a mim não dando uma nova chance, eu viverei, constantemente, a esmo. Que eu experimente a graça do perdão, ao menos o perdão que o Senhor me dá, para que eu saiba, também, compreender a medida do perdão que eu deverei testemunhar, conceder, realizar. Pois, só aqueles que já se sentiram profundamente perdoados sabem o valor que no perdão há. Que não se rebentem em mim antigas feridas. Que haja um tempo de trégua. Que o Senhor desça sobre minha alma como a terra ressequida necessita do orvalho para refrigerá-la após um dia de exaustão. Que o Senhor me conceda a paz para os meus dias, alegria para a minha vida, razão de ser e de viver para este meu coração. Que eu possa, de vez, encontrar uma razão para ser feliz.”
Pe. Airton Freire
“A minha alma está desejosa e desfalece pelos átrios do Senhor; o meu coração e a minha carne clamam pelo Deus vivo.” (Sl 84, 2)
Se tua alma se sentir desassossegada, forças hás de obter pela presença de quem tudo poderá prover e que reside em tuas moradas. No desassossego do teu coração, tu poderás precipitar-te a tomar indevidas decisões, a fim de encontrar alívio para o que te deixa em mal-estar, constrangido. E, tomando por certo o indevido, esses atos farão desmentido do desejo de acertar e de amar, elementos mais nobres que trazes contigo. Forças, então, onde haverás de buscar, quando tudo em teu derredor te parecer contrário, quando não souberes ao certo em que tudo isso vai dar?
Se desassossegada estiver a tua alma e em pânico ou com medo estiver o teu coração, vai ao recôndito de tuas moradas, consulta o esposo de tua alma, pois somente ele trará paz ao teu coração. E, para que não vivas o espaço da ilusão, lê os acontecimentos, esses que te ocorrem neste momento, e busca, a partir deles, encontrar uma solução. A direção para ti, contudo, precisa estar clara, pois, se claro não tiveres aonde queres chegar, inquieto o teu coração ainda permanecerá, mesmo que o teu desejo de querer acertar seja contínuo.
Se tua alma se sentir desassossegada, força hás de obter pela presença de quem tudo poderá prover, esse que reside em tuas moradas. Convida essa presença tão cara e verdadeira para ocupar o lugar central da tua vida e não tomes decisão sem antes consultá-la. Dá-lhe em tudo a primazia, o primeiro lugar, e, com certeza, um novo tempo, a partir daí, haverá de se inaugurar.
Pe. Airton Freire