16 de abril de 2014
servos da terra

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16 de abril de 2014
servos da terra

12 (2)

“Pai, perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem.” (Lc 23, 34)

Pe. Airton Freire, Livro “Sete Palavras”

Há muitos que não sabem nem o que dizer, muito menos o que fazer. Há muitos que não sabem nem por onde caminhar, ao menos por onde começar. Há muitos que perderam até o motivo de viver. Outros há que dizem e desdizem e depois não sabem o que fazer por não saber mais onde se encontrar.

Perdoa-lhes, porque não sabem o que fazem, padecem de não saber. Não sabem porque não querem ou não querem saber. Sabem afinal de contas o que? Há muitos que não querem o que fazem e há muitos os que fazem o que não desejam querer. Há outros que fazem o mal querendo o bem e há outros que fazem bem, mesmo tendo que sofrer. Há uns que fazem só por fazer; há outros que fazem porque vêem nisso um sentido para se viver. Aqueles que fazem, achando que o seu fazer poderá levar a algum bem, mesmo que nisto possam errar, a esses a tua misericórdia alcança, a tua misericórdia pode perdoar-lhes. Quando se sabe e se faz, mais culpa se tem. Quando não se sabe e se faz por não saber, o Senhor Jesus sofre, mas perdoa, pela misericórdia que do seu lado aberto lhes advém.

Pai perdoa-lhes, eles não sabem o que fazem.

Matar um filho, só um pai consegue perdoar. Aos olhos da mãe isto se passa, que ao pé da cruz está. A mãe contempla a morte do filho. O Pai recebe o pedido de perdão. O Filho é sacrificado, morto pelos pecados e pelos algozes pede perdão. Amor assim nunca se viu. Bondade ao extremo. De bondade extrema alguém nunca foi capaz. Só o amor disso é capaz. Só o amor consegue lavar todo o crime. Só o amor redime. Só ele cicatriza as feridas abertas no coração. Só o amor reconstitui  e faz reencontrar o que já se julgara perdido. Só o amor põe fim à solidão. Só o maor é capaz de restituir. Só o amor pode constituir. Só o amor é capaz de regenerar. Só a partir do perdão é possível recomeçar.

Perdoa-lhes, eles não sabem o que fazem. Não sabem o horror deste crime. Não imaginam sequer que o Pai transforma em redenção este crime, este inaudível assassinato. Matam o autor da vida. Tratam como malfeitor  aquele que veio para os seus e não foi recebido, mas que o Pai deu o poder de se tornarem filhos os que o reconhecerem como salvador.

Perdoa-lhes, porque só tu podes e sabes absoluto perdoar. Perdoa-lhes, porque todo aquele que recebe o perdão recebe a condição para poder retomar, recomeçar onde tiver sido partido, dividido o que pela ingratidão tornou-se irremediavelmente quebrado, rachado, fenecido.

Eu te peço pela misericórdia de teu coração, eu te peço pelo teu amor, amor divino, humanamente impossível de ser calculado, sondado, avaliado, abismo de misericórdia, infinita bondade.

Perdoa-lhes, porque se eles forem perdoados, conseguirão também, perdoar, ao menos terão experimentado a graça de poder ter a chance de recomeçar. Perdoa-lhes, porque somente os que intensamente foram perdoados saberão o valor que tem o ato de dizer: eu te perdôo, porque também já precisei e recebi o perdão. Aquele que reconstituiu, regenerou o meu coração, aquele que me faz, agora, viver, sorrir, crer e ter a alegria de viver como antes nem conhecia, como nem percebia, tampouco sabia que essa possibilidade em alguém haveria. Eu te perdôo do fundo da minha alma. Eu te perdôo. Eu te concedo o meu perdão.

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15 de abril de 2014
servos da terra

12 (2)

“Mulher, eis aí o teu Filho; Filho, eis aí tua mãe.” (Jo 19, 26-27)

Pe. Airton Freire, Livro “Sete Palavras”

A minha mãe esta posta aos teus cuidados para que, por ela, possas zelar. A minha mãe está posta aos teus cuidados para que, com amor filial, queiras tu honrá-la, respeitá-la, tê-la na devida conta.

Filho, eis aí tua mãe, porque como mãe ela poderá de ti cuidar, velar, zelar. Mãe e filho estarão juntos, porque filho sem mãe não há; mãe sem filho não existe também. Para existir um filho teve de haver uma mãe. A mãe se constitui mãe ao ter um filho também. Isso está na ordem da criação. Por isso, sem mãe não quero te deixar.  Mãe, também, sem um filho não poderá ficar. Este é um desejo que parte do meu coração e que, ao longo dos séculos, haverá de acompanhar. Onde houver minha mãe, haverá, também, filhos e no meio dos filhos estará presente minha mãe. Ela te ensinará a falar. Ela te ensinará a dar os primeiros passos neste novo tempo que passarás a viver. Ela te ensinará a fazer tudo o quanto eu te disser, porque ela foi a primeira a realizar, serva que é, a vontade do Pai que nela se fez, a que ela quer também te ensinar.

A minha mãe foi a primeira a receber a palavra em seu ventre, a primeira a dá-la ao mundo; foi a primeira a acolher o Verbo que se tornou carne. A minha mãe foi a serva por excelência, a bem aventurada, aquela de quem, em todas as gerações, haveriam de lembrá-la como bendita, aquela em quem o Pai fez maravilhas, aquela que era cheia de humildade. Ela, que outra coisa não possuía senão graça, aquela que, por inteiro, ao Pai se consagrou, porque muito amou, porque muito confiou, embora nem tudo entendesse, embora nem tudo compreendesse, assim como tu nem tudo podes entender, ao menos perceber até onde vai a profundidade, a largura, a altura do mistério que há em Cristo Jesus, luz da luz, Deus de Deus.

A virgem poderá te ensinar sobre a Palavra, porque, no seu coração, ela guardava as palavras que ao filho se referia e nelas punha-se a meditar.

A minha mãe contigo estará porque foi reconhecida já por Isabel como “mãe do meu Senhor”. E que à sua palavra, estando ela grávida do Espírito, a criança no ventre de Isabel estremeceu. A mãe comunica a Palavra, a mesma que o Pai lhe deu. Ela contigo estará. Serás para ela um filho; ela será para ti uma mãe.

Nessa caminhada, precisas de sua companhia e ela, sendo a primeira serva do Senhor, por seu modelo de vida, por sua intercessão, contigo caminhará até o encontro definitivo, aquele que te está reservado, aquele do qual não te furtarás. O Pai marcará o momento; mas, enquanto viveres neste mundo, vale de lágrimas ou sofrimentos, a minha mãe, que fugiu comigo para o Egito, também a lugar seguro te levará. Ela te protegerá. Se vieres a te perder, ela te procurará, assim como aflita me encontrou no Templo, Se vieres a cair, se fores largado, ela ali estará. E no último instante de tua vida, de pé, ali ela permanecerá. Ela te assistirá do nascimento a teu último momento.

Filho, eis aí tua mãe. Com isso, quer lhe dizer: não queiras dela te afastar. Mãe, tu tens um filho; cuida dele, preserva-o, protege-o. Ele de ti vai necessitar, ensinar-te a amar o Pai, ensinar-te a honrá-lo, respeitá-lo, reverenciá-lo, ensinar-te a não desistir. Essas coisas ensinou a mim.

A minha mãe – eu quero – que possa te acompanhar. Por razão nenhuma queiras dela te afastar. Ela está associada a mim desde o momento da encarnação até o momento supremo em que me entrego ao Pai na cruz. A minha mãe comigo esteve,  tem estado contigo também. Estará discreta, suave, doce, mansamente; mas, ao mesmo tempo, tão decidida e corajosamente firme, tão fiel. Esta é a mãe que quero te dar. Esta é a mãe que te dou e cujo modelo deixo para que possas contemplar. Minha mãe, Maria, esta é a que quero te dar.

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