“Se o sim for, na vida, o descuido do não, o que fazer então, quando se tiver que fazer, na vida, definitiva opção? Se, ao invés de se optar pelo equilíbrio, fixa-se numa forma de permanente sim e constante não, a que se chegará então?
A vida ganha sentido à medida que um sentido possamos lhe emprestar. Sentido, contudo, há quem busque onde não se pode encontrar. ‘Se viver é Cristo’ (Fil 1,21), o que ainda fora dele há que se buscar?” (Pe. Airton)
“Quando alguém se aproxima de algo de que, por princípio, sente dever se afastar, cria-se um conflito a que damos o nome de aproximação-afastamento. Tu sabes, por tua própria experiência de vida, que nem tudo o que junta soma. Há coisas que permanecem, uma em relação a outra, em justaposição, como água e óleo, pois a natureza de cada uma delas é distinta, e elas não se conciliam. Por isso, a primeira coisa a ser feita por aqueles que querem bem conviver – que são aqueles que se destinam a viver guiados pelo que significa amar – é discernir para, depois, optar; porque há coisas que andam juntas, mas não se misturam; há coisas que, mesmo próximas, estão separadas; e há coisas que, mesmo perto, não estão aliadas. É preciso discernir para poder prosseguir e para depois não vir o arrependimento. É preciso saber o que tem a ver com o que para não se perder tempo, para não se vir a sofrer. Por isso, se algo em ti provoca um certo mal-estar, inquietação, há que se verificar a razão, há que se verificar a quantas anda a relação entre mente e coração, para que não sofras nem a frieza da razão nem a tirania da paixão. É preciso discernir e, por vezes, para discernir, é preciso parar a fim de recomeçar e retomar pontos que, da forma como estão, não podem mais continuar.” (Pe. Airton)