24 de outubro de 2012
servos da terra

23 de outubro de 2012
servos da terra

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Aos Grupos da Terra:

“A palavra de Deus é viva, eficaz, mais penetrante do que uma espada de dois gumes e atinge até a divisão da alma e do corpo, das juntas e medulas, e discerne os pensamentos e intenções do coração.” (Hb 4, 12)

Atualmente, parece-nos sintomático o modo como se tem produzido uma série de relativizações em torno do lugar da família e da função dos agentes parentais na constituição da criança. A primeira diz respeito a uma série de considerações realizadas em trabalhos recentes acerca da função materna, nas quais os autores organizam suas idéias a ponto de afirmar que a função materna será realizada independentemente de quem encarne esse outro para a criança. Tal discurso sobre a função materna entende a constituição subjetiva da criança passível de ser reduzida a uma questão de técnica! Não obstante, vemos essa relativização como uma tentativa de se separar disso que durante muito tempo foi tomado como “instinto materno” ou amor materno inato, que dependeria do nascimento de uma criança para “desabrochar”. Parece-nos que tanto o instinto materno quanto uma função materna “anônima” insistem num mesmo ponto: manter a ilusão cientificista de controle e isenção da implicação do adulto frente à criança, o que não deixa de produzir seus efeitos. Sobre isso, há que se dizer que o fenômeno do crescimento até a idade adulta é a chave para a compreensão do que é a “sociedade”.

A sociabilidade inerente aos seres humanos só se evidencia quando se tem presente o que significam as relações com outras pessoas para a criança pequena. Para se constituir subjetivamente, a criança não pode prescindir da relação com seres mais velhos. Do ponto de vista da criança, o que quer que o mundo adulto possa propor de novo para ela, o novo é sempre o ingresso num mundo real existente com suas contradições e seus valores. À vista disso, em se tratando de um instinto materno ou de um amor materno, é inconcebível, biológica e moralmente, o “não-amor” da mãe para com a criança. E, por outro lado, em se considerando a relação mãe-filho(a) como uma “função”, a mãe estaria isenta de amar sua cria, o que abre as possibilidades para se pensar numa lógica onde “qualquer outro” – já que se trata de uma função – a realize. Isso feito, permite-se pensar num certo anonimato desse outro, com a condição de que a função seja realizada! Aliás, qualquer outro não, já que “ainda” há a preferência pela ocupação feminina desse lugar!

Pe. Airton Freire

23 de outubro de 2012
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