Silencioso e terno percebo-te.

Avesso a todo o barulho, a toda a arrogância.

Tu, que criaste tufões e relâmpagos, estás, porém, na brisa.

Tu, que dominas os abismos, estás no que é fraco.

Tu, que sondas pensamentos e intenções, és, todavia, sabedoria dos humildes.

Tu, que és Senhor e Deus, assumiste a fragilidade humana e foste revestido de uma condição de escravo, tamanho é teu amor.

Tu és razão de escândalo para uns, pedra de tropeço para tantos.

És pedra de fundamento para todos.

Para mim, o último dos teus, és meu todo bem, minha maior alegria.

Pe. Airton Freire

(Texto do Livro “Preces ao Pai”)

Coração divino, coração sagrado.

Queres que, amando a ti eu ame, igualmente, todos os teus amados.

Que percebendo-te amando a mim eu ame tudo o que está sob os teus cuidados.

Que solicitando-me, eu não me faça de rogado.

Tu me queres em comunhão com os que são teus.

Os teus amados.

Faze-me viver segundo projeto teu.

Projeto de um amor feito, de um coração sagrado.

Coração amado, manso e humilde assim contemplado, ensina-me a ser como és para que eu seja para muitos, sinal do amor mais querido, amor por si mesmo não tão amado, por muitos até negado.

Amor carente de ser reparado.

Amor sagrado.

Pe. Airton Freire

(Texto do Livro “Preces ao Pai”)

Amar para não se perder a alegria de viver,

Amar para não se entristecer,

Amar para preencher os dias de sentido,

Como o sol enche a terra de calor,

Como o orvalho refrigera a noite,

Como a chuva fecunda a terra,

Como as estações se sucedem através dos anos.

Amar para não fenecer,

Para se lembrar,

E, também, esquecer.

Por que amar?

Amar por quê?

O amor espanta o medo.

Porque o medo traz consigo uma dúvida,

E aquele que duvida não é perfeito no amor.

Por que amar?

Amar por quê?

Para colher, após semear.

Por que amar?

Amar para não se entregar, mas se integrar.

Amar para não morrer,

Amar para não enlouquecer.

Porque amar?

Amar por quê?

Pe. Airton Freire