1 de agosto de 2016
servos da terra

11“Mas o mantimento sólido é para os perfeitos, os quais, em razão do costume, têm os sentidos exercitados para discernir tanto o bem como o mal”. (Hb 5, 14)

Prioridades tu tens que estabelecer em tua vida. Elas se mostrarão pela natureza de tuas escolhas. Prioridades também precisam de fundamentos e, a depender de sua profundidade, sustentarão as mais caras decisões, essas que, mais do que de ideias, precisam de suporte.

A vida traz as marcas das escolhas que fazemos. Estas, escolhas e marcas, dão rumo e direção aos que não vivem ao sabor dos ventos. Pois escolhemos, em parte, em razão das marcas, e estas podem alimentar, retroativamente, a razão do que fazemos. Sem prioridade, elementos estranhos e até contrários a ti poderão em ti buscar aporte. Com eles, necessariamente, não terás que lidar, mas, se não tiveres claro o que para ti for valoroso, poderás, por primeiro, ser posto por derradeiro em tudo o que vieres a fazer. Isto fica especialmente grave, quando, em tudo, não estás por inteiro. Dificilmente, bem te sairás, em qualquer ato, até que tenhas clara a razão do que mais em ti existe, aquilo a que tu, verdadeiramente, dás-te.

Importante não é tanto fazer, mas a forma como algo vem a acontecer. Máquinas, melhor que tu, podem “maquinar”. Quanto a ti, o sentido há de estar presente em todo empreendimento teu e ter a marca do que te caracteriza, sem o que não haverá nenhuma razão que garanta a continuidade desta ou daquela tua ação. O quanto de amor houver em cada ato que vieres a realizar tornará possível a superação dos teus próprios limites e de elementos que em ti precisam se aprimorar. Estabelece uma prioridade, procura viver com qualidade de vida, não a que se mede pelo desmedido de tudo o que possas por teu querer realizar, mas aquela auferida pelo quanto de dignidade estiver presente em ti. Isto vem como resultante natural de atos consequentes. Assim há de ser a vida da gente. Em razão disso, com duas coisas, que não são coisas, tu precisas saber lidar: gerir e gerar.

Existem coisas em ti que, neste atual momento, estão sendo geradas a partir de oportunidades dadas e outras que passaram a ser geridas até em razão daquelas que te tenham sido negadas. Tu precisas saber gerir o que te foi dado a administrar. Considera que mesmo o que dizes ser teu existe numa relação que não toca à pertença de um apelo feito pelo Único, o Permanente e Imutável, “Aquele que é”. Somente o que se gere a partir do que na Verdade é gerado tem garantia de continuidade.

Tu precisas saber te gerir para poder gerar, pois o conhecimento de uma geração é passado em forma de um legado, esse que chegou até onde estás e pelo qual és responsável. Gerir e gerar, tu precisas. Sabendo gerir, também poderás gerar, pois, gerando sem saber gerir, acabarás por destruir e, gerindo sem poder gerar, tu trabalharás por uma inutilidade, por uma nulidade, por algo que não terá continuidade. Pois, se agires em razão de algo que tão somente em torno de ti tem acontecido, tão egoicamente centrado, contigo também isto passará, quando aqui não estiveres mais.

Gerindo e/ou gerando, é preciso ficar atento a certos vazios e excessos, a determinados conteúdos e preenchimentos.

Os vazios de certos preenchimentos são responsáveis por frequentes descontentamentos, os quais tu tens oportunidade de experimentar. Os vazios de certos preenchimentos dizem do indevido a que deste espaço. Quanto mais gritante for a falta, aquela que tu mais sentes, acautela-te quanto a preenchimentos.

Experimentando a falta-a-ser, o devenir, tu buscas preenchimento, a fim de encontrar um sentido e não deixar espaço para o que em ti está presente, isto que como estranho ou indevido tu sentes. Todavia, alguns preenchimentos aumentam mais a sensação de esvaziamento e podem te tornar deles dependente. Cuida, pois, antes, que positivos preenchimentos possam ali acontecer no devido momento.

De certas realidades, tu precisas te esvaziar para que outras possam te preencher. De algumas realidades, tu precisas te tornar vazio para que a riqueza de um novo acontecimento te encontre preparado para o que irá acontecer. Se, ao invés de esvaziado, estiveres tu por alheios elementos ocupado, em ti não haverá espaço para o novo, quando este vier te visitar, pois, tendo outros preenchimentos em ti se acumulado, não terás como acolher a novidade do belo que vem para querer ficar.

Esvazia-te de certas coisas que não têm te ajudado a superar-te em teus próprios limites nem a ter vida com qualidade. Que os preenchimentos, em razão da falta, façam-se no intuito de seres com teus melhores intentos condizente, mesmo que por isto um preço grande tenhas que pagar. Afinal, se tudo tem um preço, que o pagues pelo que sentido dará à tua vida.

Preenchimentos indevidos são vazios continuados. Esvaziamentos, por sua vez, são necessários para que novos preenchimentos, em tua vida, possas conhecer.

Pe. Airton Freire

1 de julho de 2016
servos da terra

11“Confia no Senhor, de todo teu coração, e não te estribes em teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas”. (Prov 3, 5-6)

Tua vida poderá ser acompanhada por atos que de ti testemunharão, dizendo da verdade ou da mentira que tiveres tomado como aliada. Está em ti tomar a decisão, a um preço alto, de seres aliado da verdade ou de optares por uma mentira que te conduza a uma ilusão sem futuro, pelo sem sentido de viver só por viver. Preço alto por isto, igualmente, há de ser pago.

Por vezes, e não sem razão, é preciso suportar algumas larvas, a fim de que, em melhores condições, uma nova estação possa acontecer. Também está em ti “mudar, para que tudo fique como está”.

São semelhantes a plantas que nascem e fenecem sem conhecer o esplendor de cada estação aqueles que à mentira fazem concessões, e estas, deixando de ser atos isolados, tornam-se a regra em razão das repetições. Fazer podagens é, por vezes, necessidade urgente. Sinais, ainda, costumam anunciar mudanças de estação para quem quer enxergar.

A superação de determinados acontecimentos exige claro posicionamento e sólidos fundamentos. Além disso, confia no Senhor, acredita em seu amor. Em qualquer situação, permanece junto a ele e dele não queiras jamais te afastar, pois o amor que ele tem por ti supera todo entendimento e, mais do que por ti ele já fez, ainda por ti ele fará. Dá espaço a que seu Espírito em ti possa um projeto de vida vir a realizar, então, o amor do Senhor, que supera todo entendimento, devolver-te-á a alegria de viver, e conhecerás o que significa ter vida plenamente. Há em ti elementos dos quais tu te sentes faltante, e, neles, ficarão mais claros os teus limites. Apesar disso, sinais te acompanharão, para testemunhar da verdade que abraçaste por opção.

Pe. Airton Freire

1 de junho de 2016
servos da terra

11“Tive um sonho; e para saber o sonho está perturbado o meu espírito”. (Dn 2, 3)

Responde rapidamente: onde se encontram os sonhos efetivados? Naturalmente, na realidade, por terem sido pela esperança regados. Quando a esperança rega o sonho, à semelhança de uma mãe que no colo traz uma criança, produz-se ali o que guarda semelhança com uma âncora: espantam-se medos e ânsias e abrem-se espaços para que o potencial não seja tolhido, mas expandido, tornando-se, um dia, realidade. Esses são os sonhos que se tornarão efetivados.

Acalentar um sonho e torná-lo possível faz sentido. Qual, então, a realidade dos sonhos? A de serem fantasias ou guias para a realidade existente. Por duplo aspecto, de fantasias e guias, há então de se ver a (im)pertinência do sonho, quando por esta realidade (de sonhos) formos visitados. No que concerne ao prosseguimento ou quebra de continuidade em todo aquele que sonha ao longo de uma caminhada, os sonhos se tornarão sua principal razão, motivação. Contudo, a um dado há de se ficar atento: tratando com a dureza ou os limites da realidade, os melhores sonhos poderão ser impedidos. Sonhos que permanecem vivos acontecem para quem compartilha. Pesadelos, por sua vez, são quebras de sonhos, vêm do interno da gente, põem fim ao repouso e abrem brechas a inquietações tão comumente. Pesadelos são limites dos sonhos que expõem nossa fraqueza e nos deixam perplexos ou duvidosos quanto à validade de persistir, insistir em acreditar no que tomamos por verdade. Apesar dos pesadelos, vale a pena, contudo, sonhar.

Ai dos que não sonham. Ai dos que somente sonham. Ai dos que não têm nos sonhos motivação para efetivá-los; ai dos que os banem, não os expandem – antes, contudo, espantam-nos -, negam-se a dar-lhes o lugar de companheiros de viagem.

Repito esta verdade: a realidade dos sonhos é que eles podem ser fantasmados ou podem ser guias seguros e, nos avanços da vida, necessários. Adiante e na retaguarda, precisam estar os sonhos para se viver e vencer. Sonhar é necessário.

Onde os sonhos são sonhados? Eles são sonhados onde a realidade é por eles bordejada. Podem estar próximos ou, ao contrário, em fuga, para longe dos que da realidade se distanciaram.

Tu precisas sonhar para sentir que vale a pena acreditar. Sem sonhos, é impossível suplantar determinada ordem de dificuldades. Sonhar para não parar. Sonhar, igualmente, para fazer pausar. Sonhos trazem consigo possibilidades claras de levar adiante e de paralisar.

E aí a pergunta que insiste, não esmorece: quais sonhos fortalecem a esperança e quais sonhos enfraquecem e criam ânsia? Repondo-te: os primeiros são os sonhos que enaltecem ideais, que engrandecem e que, do presente, fazem o seu melhor presente. Já os do segundo caso são aqueles que levam a descer, mesmo quando conseguem embevecer; são os que levam à perda do sentido de realidade.

Pesadelos são o que paralisa no medo, não deixando ver. Nisto consiste seu desserviço: quando se estabelecem, resultam em que, rapidamente, da realidade fazem esquecer, obliteram a consciência, não deixam ver.

O teu presente poderá ser confiscado se não viveres a realidade de teus sonhos verdadeiramente sonhados. Se não tiveres, na vida, um projeto a ser realizado, o teu presente será apenas repetição do teu passado, e o teu futuro será uma ilusão sem futuro, o absurdo do absurdo. Caminharás, então, em noite escura, não sabendo, ao certo, por que nem aonde haverás de chegar.

Se te faltar um projeto de vida, algo que te seja caro, desconhecerás a riqueza que se produz em quem sonha acordado com os pés ao chão colados. Num futuro próximo ou distante, esse para o qual o teu presente já se faz encaminhado, tu entenderás que terá valido, mesmo nas quedas, teres acreditado e teres sonhado que poderias vencer. Felizmente.

Sonhar é coisa da gente.

Pe. Airton Freire

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