1 de fevereiro de 2017
servos da terra

“Nu saí do ventre de minha mãe e nu voltarei. O Senhor o deu, e o Senhor o tirou: bendito seja o nome do Senhor.” (Jó 1, 21)

Ganhos e perdas, em tua vida, sempre experimentarás. Há ganhos que são perdas, porquanto impulsionam a alma a sair do caminho, a trilhar veredas. Há perdas que levam a que, enfrentando determinada situação, faças de ti mesmo, em teus limites, verdadeira superação.

Ganhar ou perder, em tua vida, sempre experimentarás, mas se existem perdas que são ganhos e ganhos que são perdas, disso não podes dizer “tanto faz”, pois lições se obtêm tanto de planejados acontecimentos quanto de atos decorrentes de equivocados procedimentos. Há coisas que só posteriormente haverás de entender. Importa, para o momento presente, que vivas intensa e coerentemente. Viver faz sentido quando, das palavras, os atos não fazem desmentidos.

Que não venhas tu a te perder por sempre querer ganhar, pois, em perdas múltiplas, muitas coisas poderias aprender, coisas estas que não aprenderias se sempre, na vida, ganhasses. Ganhos e perdas, em tua vida, haverás sempre de ter. A questão está no sentido que isto trará consigo por uma forma específica de viver.

Um dia, hás de reconhecer, nas lições do que tens vivido, parcela do que assimilado ainda não tenha sido. Por esta brecha, alarga-se, mais tarde, a possibilidade de se agir pela via do indevido. Com outra situação, ainda, é preciso ter cuidado: a de permanecer, insistentemente, querendo encontrar em tudo imediato resultado.

Um dia, haverás de perceber que é possível errar, querendo acertar. Um dia, contrariando tua própria vontade, tu te perceberás, não raramente, revivendo fatos do passado que muito te magoa. Marcas existem e persistem em relação a tudo o que, até pouco tempo antes, tolhia-te a espontaneidade de viver, revelando-te preso a certa realidade.

Pe. Airton Freire

1 de janeiro de 2017
servos da terra

“Olhei, então, e não houve pessoa alguma para me ajudar; estranhei que ninguém me viesse amparar; então apelei para o meu braço e achei forças na minha indignação.” (Is 63, 5)

Se, em tua vida, tiveres de te erguer, que seja apenas para não rastejar, porque a vontade de Deus é que tu caminhes, não rastejes, venças teus limites, as tuas pelejas e que, afinal de contas, inteiramente dele tu sejas.

Se tu tiveres de te curvar, que seja para prestar auxílio, para ajudar o outro a se erguer. Que outra forma digna de ser para com o outro, senão essa, poderia existir? Curvar-se e levantar-se, dois verbos cujas conjugações exprimem lugares diferentes, assim como o fazem lavar os pés e lavar as mãos. Um se curva para lavar os pés a fim de ajudar; o outro, do alto, lava as mãos como a dizer: “Com tal coisa, não quero me incomodar”. Este segundo realiza com seu gesto um ato de omissão. Aquele, com seu gesto, realiza um ato pelo qual se pode ler: “Servir”.

Lavar os pés ou lavar as mãos, curvar-se para ajudar ou ao alto erguer-se para não se importar. Diversas leituras é possível ter destes acontecimentos. A chave de interpretação passará pelo lugar e posicionamento. Demandas e interpelações podem resultar em atos pelos quais tu te sentirás integrado ou alheio, não reconhecendo-te naquilo em que tu fazes. Disso, poderão resultar ações desumanizadas e desumanizantes, que são as que não vêm de solidariedade acompanhadas ou as que fazem do outro um estranho, embora este seja, na realidade, um irmão. Está em ti tomar partido por esta ou aquela posição, assumir este ou aquele lugar. O certo é que, no incerto, não haverás de permanecer, porque, afinal de contas, é em teu proceder, em tua forma de ser, que claramente haverá de se fazer a leitura de qual seja teu lugar.

Agora, para que não te esqueças, vou revisar: quando tu tiveres de negar, que seja para ajudar. E quando disseres “sim”, que o sim não venha a atrapalhar. E quando tiveres de dizer “talvez”, que tenhas tido antes o tempo de pensar. E quando tiveres de dizer “a partir de então”, que seja para ser firme na decisão. Em tudo, é preciso ser preciso; do contrário, tu perderás o rumo, a direção e o siso, não saberás como te orientar. Repito: em tudo, é preciso ser preciso, pois a imprecisão conduz à confusão, a confundir e ser confundido. Se não fores preciso, poderão não te compreender, poderás equivocar-te e equivocar, não sabendo, exatamente, o que fazer. Tu precisas ser preciso e, sem isto, não alcançarás, minimamente, o que almejas. Em razão de falta de clareza, muitos se perderam.

Se tu vives uma situação onde não esteja claro o motivo que te faça estar ali; se, em razão de uma série de acontecimentos, tu te perceberes, de repente, não mais vivendo o que pensaste para ti, é preciso aí ser preciso acerca do que tu queres, porque, afinal de contas, se verdade é que as coisas têm valor em si, igualmente válido é dizer que valor às coisas também se confere. Se, para ti, por exemplo, odiar como valor for considerado, hás de convir que isto, em si mesmo, valoroso não é de per si. Se entenderes que algo só tem valor enquanto valioso for para ti, tu perderás bem mais do que dantes já pensaste. Claro precisas ser acerca do que almejas.

É preciso ser preciso. A imprecisão faz perder a razão por não permitir ver claramente o para quê. Para algumas precisões, é preciso haver cortes, tomar uma de(cisão), fazer uma cisão. Tudo tem um preço, tudo tem um custo. Custa tanto dizer quanto fazer. Custa, sobretudo, por vezes, ser preciso quando isto produz um ato que faça sofrer.

É preciso ser preciso. Toda a verdade cabe na caridade. Mansa e humildemente, tu poderás falar, posicionar-te. Circular em torno da imprecisão resulta em ser confundido. É preciso ser preciso. Guarda bem o que te digo.

Pe. Airton Freire

1 de dezembro de 2016
servos da terra

11“Tudo isso não é mais do que sombra do que há de vir. A realidade é Cristo”. (Cl 2, 17)

Existe uma realidade, essa que, frequentemente, experimentamos: embora permaneçamos os mesmos, nós mudamos com o passar dos anos. Experimentamos em nós, de constante, um estado de inacabamento que tanto pode gerar alegria quanto sofrimento. A forma como se for administrando os momentos, a partir do que se estiver vivendo, vai dando curso ao seguimento dos dias. Todavia, o sentido ou sem sentido de tudo o que se estiver vivendo transbordará como consequência do presente. Se algo houver a ser resolvido no atual momento, há de se considerar que, para além desse imediato e emergente, elementos outros irradiarão, revelando-se carentes de profundos fundamentos. As decisões mais caras ao coração e à mente, aquelas que terão caráter permanente, devem possuir alicerce e referenciais estáveis, sem o que perdas muitas experimentar-se-ão em breve tempo.

A realidade mais constante que nós experimentamos é que nós mudamos com o passar dos anos, embora os mesmos permaneçamos interiormente. Alguém já disse que, acerca de determinados acontecimentos, é preciso haver uma mudança interna, que precisa passar por um tempo que, se não for de saturação, haverá de ser de maturação, como ocorre com o grão. É fato experimentado que, após determinado tempo, passa-se por várias estações, algumas até repetidas, como aquelas que experimentamos por anos seguidamente. Tu precisas saber que nenhuma estação dura para sempre, que cada uma tem sua dor e seu encanto, sua lição, sua duração – seja outono, inverno, primavera ou verão. Hás que administrar os acontecimentos internos ou externos, assim como experimentas e vives cada estação do ano, intensamente, sabendo, volto a dizer, que nada dura para sempre.

Há um sentido que pervade todos os acontecimentos, e, quer queiras ou não, o mundo continuará a ser como é – com mudanças, naturalmente. Não depende de ti que o mundo seja, enquanto mundo, diferente. Naquilo que for concernente ao espaço do que tens a administrar, convém que tudo faças da melhor maneira, do contrário, passarás a deter-te no sem sentido, sem nisso nada de verdadeiro, de autêntico, ter a encontrar.

Pe. Airton

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