“Se é verdade que enquanto há vida, há esperança, igualmente é verdadeiro dizer que, enquanto houver esperança, haverá vida. Aquilo que te faz querer continuar e, mesmo na aridez, motiva-te a não querer desistir tem na esperança a razão de existir. Aquilo, que apesar dos seus defeitos, traz a alegria por efeito tem na esperança o jeito certo de querer. Por exemplo: o bem que tu queiras fazer, apesar dos teus limites, tem na esperança o alento de continuar. Nada que pela esperança venha a acontecer poderá, um dia, deixar de ter continuidade, pois é ela que motiva e garante todo desejo de permanência. Apesar das feridas e cicatrizes, a vida, dom maior de Deus, é o bem principal que pela via da esperança precisa se cultivar. É ela que põe fim a toda ânsia e dá sentido aos teus dias. É ela que suscita, no mais íntimo do teu ser, o querer e o desejar, integrados no fito de acertar. Se um dia a esperança em ti vier a morrer, morrerá consigo a tua ânsia de superação de limites que lhe é concernente. Sem esperança, tão só haveria repetição de um passado, sem espaço para o novo ali emergente. Viver sem esperança é ser despossuído do que, na vida, há de mais nobre. É tudo fazer e desmerecer. Assim é viver sem esperança. Sobre isso, convém pensar, enquanto esperança houver, enquanto vida em ti existir.” (Pe. Airton)
“Acredita no Senhor. Confia no seu amor. A misericórdia do Senhor é um abismo infinito, maior que qualquer grito, mais profundo que o mais profundo dos abismos. Confia no Senhor. Que, em seus braços, queiras tu, em definitivo, lançar-te. Do contrário, por desconfiares, perdas muitas haverás de provar. E se, de repente, fores tu surpreendido por este ou por aquele acontecimento, confia no teu Senhor e estejas preparado tanto para grandes alegrias quanto para expressões de dor, mas jamais saias de seu amor. Permanece em seu amor, mesmo na solidão, mesmo em meio à multidão, mesmo com a alma enlutada, mesmo da solidão acompanhado.” (Pe. Airton)
“É muito fácil falar de Deus quando se tem feito um bom almoço e se espera por outro ainda melhor amanhã. Torna-se difícil até, e muito difícil, compreender a realidade do que Deus é em meio a milhares de esfomeados, em meio a milhares dos que não têm teto, não têm lugar para ficar. A tendência é de bater um desespero e procurar uma situação urgente, mesmo violenta, para querer consertar. Todavia, Deus é o primeiro interessado na sorte dos humilhados. Deus é o primeiro na defesa dos injustiçados. É ele quem suscita santos, mártires e profetas, pessoas que trabalharão, lutarão, falarão em seu nome, para que a liberdade seja contínua até a vitória final, quando o reino se estabelecer e tiver banido todo o mal.” (Pe. Airton)