“Quer alegre ou triste, em paz, contudo, hás que te manter. Mais que existir, é viver. Liberdade interior é fruto da paz, a que se faz necessária porque propicia unidade e integra. Em qualquer situação, assim hás que te manter. Da verdade não querer saber é princípio básico para começar a se perder. Mesmo para o que de imediato não se consegue compreender, aberto e claro, o entendimento há que se manter. Em tudo, reside uma razão de ser. Embora fruto de dissabor, pode-se fazer a dor se abrir ao amor. Em ares de grande alegria, podem transitar os que vivem à revelia. A razão de ser das razões nem sempre tem razão de ser. Mesmo em desertos, há de se guardar consigo esta lição: mesmo de tudo o que não se pode ter, uma lição se pode obter. Nada é em vão. Mesmo a grande desolação pela qual venhas a sofrer traz consigo uma lição da qual és carente de aprender. Vive, portanto, o sentido; pois sem sentido não faz sentido viver. A forma como encaras o (in)sucesso poderá te levar à superação ou fixação do que tiver te marcado.” (Pe. Airton Freire)
“Se tu pensas em recuar, que seja em vista de um fortalecimento, de modo a, depois, seguir em frente. E quando decidires avançar, precisas, de antemão, ter certo aonde tu queres chegar, porque de recuos e avanços há, na vida, quem se canse. Algumas paradas, ao longo do caminho, é preciso realizar. Quem sempre caminha adiante e sem parar não encontrará na própria caminhada a razão de continuar. É árido todo o percurso que se faça sem objetivo claro o qual se pretende alcançar. A caminhada, contudo, por si mesma, não dá a razão de poder e querer avançar. O caminho é o meio, a caminhada é o momento, mas a razão precisa estar presente tanto no início quanto no que se intenta alcançar objetivamente. Sem clara razão, é vão continuar. Não há, sem razão, para que recuar ou avançar. Seria o mundo do sem sentido de viver por viver, apenas vegetar. Uma motivação clara, razão primeira que justifique o início da largada e o ponto de chegada, antes de teus passos efetivarem o percurso, é preciso encontrar. Do contrário, na aridez da insensatez, viver-se-á, quais passantes que fazem travessia, movidos pelo impulso de encontrar um espaço que não aquele que estejam, então, a ocupar.” (Pe. Airton Freire)
“Enamora-te do construtor e morador das tuas moradas, e a tua alma jamais se sentirá exilada, frustrada, mesmo que, exteriormente, os acontecimentos mostrem e queiram contrariar a certeza que tu trazes a partir de dentro; pois só ele é capaz de fazer acontecer o que ainda nem tem ser. Só ele é capaz de prover o que, por teu próprio esforço, não terás como levar adiante. Fortalece-te nele e a partir dele. Que ele se torne o teu confidente, o Senhor de tuas moradas, a chama de amor ardente, o coração misericordioso, de todos, o mais atraente. Deixa-te queimar por ele, trabalhar por ele. Dá-lhe espaço para que tu ganhes as suas asas, sua profundeza e entendas a sua razão. Vive por ele um tão nobre sentimento, que, mesmo em face de grande descontentamento, pulse mais por ele o teu coração intensamente. Hás que enamorar-te do construtor e morador mais importante de tuas moradas, e, para os espaços ainda não conquistados, ele te dará asas, fortalecendo, contudo, os teus pés, a fim de que não conheças revés. Pois, dor vindo a acontecer, será para podar o excesso que em ti houver, a fim de que, efetivamente, mais plenamente, o amor em ti possa acontecer.” (Pe. Airton Freire)