“É preciso amar. Amar por que? Amar para não se esquecer e também se lembrar; amar para semear para, depois, colher; amar para preencher os dias de sentido como o sol enche a terra de calor, como o orvalho refrigera a noite, como a chuva fecunda a terra, como os dias se sucedem através dos anos. Que o amor seja a condição, porque é ele quem mais largamente, intensamente, fala ao coração. O amor é mais do que tudo o que dele já se disse ou dele possa vir ainda a se dizer. O amor é ato presente no universo desde o momento da criação. É o amor quem suscita santos mártires e profetas. É do amor que nos vem o perdão. O amor foi a causa primeira de ter realizado no Senhor a ressurreição.”
Pe. Airton Freire
“Eu preciso fazer uma parada para avaliar, até porque nas paradas eu posso me alimentar. É preciso haver um intervalo, antes de novamente o pé ou os pés na estrada colocar, ao contrário de quem estivesse sempre a caminhar, sempre a trabalhar, sem pensar nem ao menos no sentido do que faz. E aquele que só faz, não se satisfaz. Aquele que só tem a fazer tem grandes riscos de vir a ser perder. Por isso, as paradas são necessárias. Há risco para alguns de parar e não querer continuar; há risco também para outros que só querem ir em frente, sem intervalo para o faz ou traz em mente. Tanto para uns quanto para outros há risco de perdas; tanto para uns como para outros a caminhada poderá, desde a partida ao seu objetivo, vir a se estragar e aquilo que tiver sido pensado, desejado, não vir a se alcançar. É preciso fazer paradas. É preciso que certos princípios, colocados na partida, sejam renovados para que, até à chegada, eles não tenham sido largados. Perdas acontecem, lembra-te, entre o anoitecer e o amanhecer, muita coisa acontece; entre o pensar e o executar, muita coisa pode se passar; entre a espera e a chegada, muita coisa pode ser alcançada, muita coisa pode também ser deixada. Por isso, é preciso que até os princípios que trazias contigo na largada sejam renovados, para que se faça com mais sentido a caminhada; e se estiveres, na verdade, cansado; se, na verdade, teu corpo estiver tombado, tua alma estiver sem orientação, busca, na verdade, um ponto de parada, onde possas te restabelecer, mas não fiques demasiadamente parado, porque isso pode trazes consigo um desgaste maior, o de não querer vencer.” (Pe. Airton Freire)
“O contraposto da alienação é a vida simples, sobretudo aquela que se dá de forma massificada. A vida simples é o contra-posto do fugaz e descartável, mormente em se tratando de gente, vida, valores não perecíveis, de que costuma fazer uso e largar pra trás. Portanto, ao que é leviano, responde como o sério e verás. Ao que é trivial responde com o que é leal. Ao que é desdenhável, responde com o estimável. À covardia responde com ousadia. Ao infiel responde com lealdade. Ao que é frágil, responde com o que é tenaz. A vida simples revela valores humanos de que se é capaz.”
Pe. Airton Freire