“O que fascina o olhar há de ter, na vida, adequação, sem o que se estará vivendo uma quimera, mais uma ilusão. O que fascina o olhar há de ter, na realidade, o seu respaldo, pois, assim não sendo, mesmo fascinado, tu te sentirás isolado, por não encontrar um modo de efetivar aquilo pelo que teu olhar esteja fascinado. Aquilo que fascina o teu olhar precisa encontrar, na realidade, uma efetivação. Para ser eficaz e preciso, há de ser efetivo e não somente afetivo. O que fascina o olhar precisa encontrar respaldo para poder continuar; do contrário, viverás apenas uma doce ilusão, uma longa ou breve fascinação, que a nenhum lugar te levará e, se a alguma coisa te levar, é a perceber que terá sido perda de tempo, exceto pela lição que tal ilusão te trará. Perdas e perdas, a perderem-se de vista, do que poderias ter construído, se não tivesses ficado preso a algo que gerou tanto tempo perdido e evitou tantos passos. O que fascina o olhar precisa ter na realidade adequação; do contrário, terás vivido mais uma breve, longa, amarga ou doce ilusão ou desilusão. Por isso, hás que ter bem cuidado com o que concerne à fascinação.” (Pe. Airton Freire)
“Se a esperança de ti se fizer acompanhada, a tua alma, mesmo nas crises, não se sentirá abandonada. A esperança espanta a ânsia, torna a alma alentada, qual se sentem os que, com o alimento, refazem-se após longa caminhada. Que ela se faça tua mais cara companhia, e, por ela, acredita, terminada a noite, virá o dia, embora aos teus olhos não seja isto claro. Dela, enamore-se o teu coração; por ela, equilibre-se a tua mente, e, em meio a malogro ou a aplausos, sê digno do que traz o seu nome. Se tua alma, por alguma razão, sentir-se cansada; se a luta te parecer demasiadamente pesada, lembra-te desta verdade que, como pergunta, coloco-te: conheces, por acaso, alguma estação que dure para sempre? Tu conheces algum ato, pensado ou não, que não traga consigo alguma consequência? Tu sabes que, por momentos não pensados, paga-se caro, e coisas longamente construídas podem terminar em um só momento? Passado o momento de privação ou inquietação, verás a grandeza do teu momento presente. O melhor que tens ainda a construir dependerá de como estiveres administrando este teu atual momento. Eu te peço que não te fixes demasiadamente em nenhuma estação, seja ela outono, inverno, primavera ou verão. Tudo vem com o seu tempo e lição, tudo tem sua dor e seu encanto, tudo pode ou não acontecer. Estejas, pois, preparado tanto para o planejado quanto para as eventualidades, pois o inesperado é a variável possível do planejado. A estação que estás vivendo, esse tempo que estás atravessando, traz consigo algo de positivo que é preciso ser percebido, sob pena de, assim não fazendo, continuares à procura de outros achados, em busca de novos sentidos.” (Pe. Airton Freire)
“Tu precisas voltar ao encanto do primeiro encontro, tu precisas recuperar algum tempo perdido, tu precisas não ficar demasiadamente fixado a um determinado momento do teu passado, pois o teu presente é o presente e Deus, a todo instante, contigo está presente. Se muitas coisas aconteceram por passos dados em falsos, hoje tu tens uma oportunidade de, em Cristo, a partir de um encontro com Cristo, tornar a tua vida diferente. Volto a dizer, és um ser limitado, poderás cair por teus próprios pés, conhecerás, algumas vezes, o revés, mas positivo será o resultado, pois se Deus está conosco, quem poderá estar contra nós? Somos nós que fazemos e desfazemos os nós.”
Pe. Airton Freire