“Integrar-se é ato permanente, mesmo sabendo que inconclusa ficará a obra, aonde quer que ela venha a chegar a qualquer momento. Em razão do limite que nos acompanha, nós trabalhamos para nos ultrapassar e vencermo-nos e aprimorarmo-nos, mesmo sabendo que, do ponto a que viermos a chegar, um resto a melhorar haverá e isto será sempre. Não te acontece isso para que venhas a te decepcionar contigo mesmo e dizer: não consigo, nada mais tenho a fazer. É, contudo, um desafio que a própria realidade coloca, de constante, para a gente. Contudo, antes de tudo, é preciso ter claro aonde se querer chegar. O horizonte é a visão do que temos sempre para o mais além da gente: quanto mais consigamos avançar, veremos o horizonte no mesmo lugar, sempre à nossa frente. Somente quando observamos a caminhada é que percebemos a quantidade e a qualidade dos passos dados até àquele momento. Nada seria se nada quiséssemos fazer; nada seria não tentar. Viver é ser, de constante, interpelado. Quando desafiados, nós avançamos. Por vezes, erramos; por vezes, acertamos. Contradizemo-nos, desdizemo-nos, mas aprimoramo-nos. Em sendo sincera a vontade, a partir de dentro, o fruto será positivo e perene.” (Pe. Airton)
“Existe, no âmago da realidade, uma mutação permanente. O que para nós, agora, toma vulto, já aconteceu um dia, minimamente. Estamos, hoje, no curso de um processo de mudança frequente. Passamos por transformações, superposição de experiências, impressões, desejos contidos, realizados, mantidos por acontecimentos frustrantes, gratificantes… Os mesmos não somos agora, comparáveis ao que já fomos antes. Somos parte desta mesma realidade com a qual nós nos integramos ou nos desintegramos a partir de fora ou a partir de dentro. O estado em que vivemos, atualmente, é tão inacabado quanto os períodos de crises em que já estivemos. Tudo flui em mudança permanente. Paradisíaco estado de vida, enquanto formos vivos, apenas no desejo pode-se manter. Se o que vivemos fosse já de total acabamento, não teríamos mais razão de ser e de viver. A própria vida traz, no seu seio, uma mudança permanente. Aonde quer que cheguemos, estaremos no início de uma nova estação, em vista de superação de limites, rumo ao um novo tempo.” (Pe. Airton)
“Nem sempre nós realizamos o que planejamos; somos um projeto de vida em construção permanente. Por primeiro, é preciso cuidar dos alicerces; depois, das partes que constituem o todo. Isto convém lembrar – tu bem o sabes – nenhuma construção se começa pelo telhado. Nem tudo de nós depende, porque bem maior do que a forma como nós a entendemos é a realidade na qual vivemos. Se esta fosse tão somente o que nós dela compreendemos, ela seria uma projeção nossa, sem consistência própria, uma extensão de nós, o que não é, felizmente. De uma realidade, em constante mutação, fazemos parte. Isso, em intensidade tão frequente, que nem nos apercebemos e, só algumas vezes, damo-nos conta de que tudo tenha se passado tão de repente.” (Pe. Airton)