“Servir com alegria é desafio para nós, mormente em situações em que temos de superar limites, aqueles de nosso próprio ser. Limites são, por vezes, desafios, esses diante dos quais somos colocados e que de nós exigem clareza de posicionamento, firmeza no proceder. Melhor serve quem mais ama. Mais ama quem, mais intensamente, a luz de Deus deixa aparecer. Servir, repita-se, é uma forma de amar e de agradecer. Servir efetivamente não é necessariamente, de frequente, ter o que fazer. Servir é, necessariamente, fazer o que efetivamente expressa o ser de quem faz e resulta num bem que será, com certeza, bem maior que o que, inicialmente, intencionava-se fazer. Os que somente fazem são bem ou malfeitores, os que trazem alegria ou dores; os que servem são servos do Bem que em tudo há, servos de Deus, os que produzem frutos, estes que hão de permanecer, hão de ficar. Servir não visa tão só alcançar um resultado imediato. Serve-se, também, em vista da posteridade como fim a ser alcançado, uma vez que nossos atos, com o que está além do que intencionamos fazer, estão ligados. Servir confere sentido ao ato de existir. Servir, igualmente, precisamos aos que a este mundo estão chegando, bem como aos que esta terra estão deixando. Servir possibilita celebrar a vida com alegrias e dores que dela possam advir. Servir é a via mais direta para se inaugurar o bem na comunidade humana, é meio ímpar de se combater, com o bem, o mal hediondo. Servir, por amor inspirado, é a versão efetiva do que se entende ser a caridade.” (Pe. Airton Freire)