1 de novembro de 2014
servos da terra

1Pe. Airton Freire

“Já estou cansado do meu gemido, toda a noite faço nadar a minha cama; molho o meu leito com as minhas lágrimas […] Quando me lembrar de ti na minha cama e meditar em ti nas vigílias da noite […] O Senhor mandará a sua misericórdia de dia, e de noite a sua canção estará comigo, uma oração ao Deus da minha vida.” (Sl 6,6; 63,6; 42,8)

Existem algumas coisas que foram sentidas e pensadas e, todavia, sempre foram retidas, nunca foram comunicadas. Existem coisas que estiveram sempre ao teu lado, e nunca te deste conta de que poderias há muito tê-las sob os teus cuidados. Existem coisas que foram passando e com as quais nem foste te importando, mas, com o tempo, foste percebendo que, mesmo que não tenhas conseguido sentir, algo novo já estava há muito acontecendo. Existem situações que nunca foram suficientemente avaliadas, tampouco compreendidas. Existem coisas que foram ditas, mas nunca foram faladas. E existem coisas que, mesmo sendo vistas, jamais se deram por notadas.

Acerca dessas coisas, é preciso tomar uma posição, pois, contrariamente ao que se pensa, se com elas não te importares, mais tarde haverás de entender que a tua vida terá passado em branco em alguns aspectos e, muito mais do que fizeste, deixaste por fazer.

Há coisas nas quais há muito vens insistindo. Há coisas às quais há muito estás resistindo. Existem coisas que a bom termo poderiam chegar se cada um já tivesse percebido a pertinência do momento e do limite que cada situação traz e com certeza ainda trará.

Há um tempo de discernir, mas depois outro de tornar claro aquilo que se pretende. Não dar um passo adiante corresponde a resistir, e isso é preciso evitar; do contrário, haverás, não de proibir, não de interditar a obra iniciada, mas de retardá-la em razão dos teus próprios limites. Existem coisas que há muito estão sendo proteladas, e existem coisas em relação às quais há muito tempo já se deveria ter compreendido que, para além do que se almeja, elas já aconteceram, mas quanto a ti dizes que ainda não estão a tua vista, nisso também não está a tua vida.

Por isso, é preciso discernir, é preciso saber, antes de dar um passo, exatamente aonde se quer ir, porque, se não for claro o ponto aonde tu queres chegar, as coisas que vieres a fazer perderão o sentido de ser, e isso não pode, por muito tempo, acontecer, sob pena de um desgaste mais se aprofundar e não vires a realizar aquilo que, há um tempo, sonhas. Tão importante quanto conseguir é manter; tão importante quanto olhar é aprender a ver; tão importante quanto dar é, no ato de dar, doar-se, porque o dar poderá ser uma negação e trair no momento em que acontece a primeira intenção.

É preciso que fique clara a tua decisão, qual seja, a de a bom termo chegar aonde tu intentaste, pensaste e planejaste. Se isso para ti não estiver claro, poderás passar até noites em claro, e mais clara a situação para ti tampouco será.

Por isso, cabe discernir, cabe primeiramente pensar aonde tu queres ir e, isto sendo definido, poderás dizer “isso eu posso fazer”, “isso é pertinente ao meu querer”, “isso depende de mim” ou “isso está para além de mim”. Assim acontecendo, as coisas aos poucos irão se esclarecendo, e, se antes fora escura a noite para ti, a partir daí, o dia irá amanhecer.

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