“O certo é que carente, faltante, sempre haverás de ser, e essa brecha, essa falta constante e estrutural que te acompanha em busca de preenchimento haverá de com vida te manter. Administra tuas demandas, aquelas que partem de ti ou que chegam de fora. Já conheces o sentido da história suficientemente para saber do que foste e do que ainda és capaz. Não venhas tu a te perder por coisas que poderias evitar. Não venhas tu a retardar o que, a depender de uma decisão tua, muito bem ainda poderia fazer. Prós e contras existem sempre, qualquer que seja a decisão que venhas a tomar. Todavia, a conviver com o que se antepõe a teus valores, hás de aprender.” (Pe. Airton Freire)
“Tantas são as opções que se apresentam, que difícil se torna saber qual a decisão a tomar. Estamos num período em que o ato de tomar decisões ganha força e peso demasiadamente fortes. Uma chance perdida é mais uma chance que deveremos recuperar adiante, se quisermos recuperar. Uma oportunidade não aproveitada é menos uma oportunidade em razão de outros passos que poderíamos dar. Mas quem vive e crê (e viver já é um ato de fé) precisa ter, ainda, que optar. E, se vivemos, precisamos discernir, para que não fiquemos ao sabor do momento, à mercê das circunstâncias. Sem discernir, seguiríamos em frente, sem outra escolha senão ir administrando o que nos traria o tempo, seguindo as estações, acumulando dias, somando datas, e, quando tivéssemos tempo, descansar para, outra vez, recomeçar. É preciso discernir. Só que nós aprendemos dos grandes santos, místicos, que as grandes decisões não são tomadas em períodos de grandes consolações nem de grandes desolações, porque se corre o risco de não levá-las adiante. ‘O que vou fazer agora?’. Apresento-te uma sugestão. Busca ficar diante do Senhor e, no silêncio, tenta responder e escrever: ‘Como eu estou? O que ocupa meus pensamentos? O que está em minhas intenções? De que mais me ocupo? Onde residem minhas maiores dúvidas?’. Escreve isso que nós chamamos de tua situação existencial. Depois que escreveres, da forma como te vier, procura grifar as expressões que para ti são mais significativas ou os elementos que, para ti, são os mais significantes. E, feito isso, tu vais te perguntar, num terceiro momento: ‘O que eu preciso discernir? No meio de todas essas coisas, o que eu estou precisando discernir?’.” (Pe. Airton)
“Nem Deus, nem a não-violência são impotentes. A impotência está no coração de quem não crê, de quem não ama a verdade, de quem pela verdade não quer agir, não quer viver. Sei também que, continuamente, o Senhor prova o coração daqueles que põem nEle sua confiança, mas nunca além do limite do suportável, nunca além da sua capacidade de fazer superação. Ele guia e dá força suficiente para enfrentar as provas em contínuas provações. ‘É no fogo que se purifica o ouro’, é no cadinho do sofrimento que se purifica a índole afeita ao ferro. Todavia, a fim de que das batalhas possas sair vencedor, o Senhor, que está contigo, transformará em alegria qualquer que tenha sido tua dor.” (Pe. Airton)